1. Você acha que filosofia do direito deveria ser uma disciplina obrigatória? Justifique.

Creio que poderia ser obrigatória, mas substituindo a matéria de Introdução à Filosofia. A Filosofia do Direito traz uma visão mais reflexiva e ampla do fenômeno jurídico e auxilia no desenvolvimento de um olhar mais crítico a respeito das construções jurídicas. Ao meu ver a Filosofia do Direito está atrelada à necessidade de buscar fundamentos para o Direito, o que entendo ser algo importante para o operador do direito. Nesse sentido, acredito que a matéria de Filosofia do Direito é mais benéfica para os alunos de direito do que a matéria de Introdução à Filosofia, uma vez que não há um controle do conteúdo ministrado nesta última e grande parte das discussões travadas na disciplina não tem muita aplicabilidade para os alunos. Acredito assim que o conteúdo de filosofia do curso poderia ser ministrado apenas na disciplina de Filosofia de Direito, nos semestres mais iniciais.

2. Que autores ligados à filosofia do direito atraíram sua atenção ao longo do curso?

O contato com autores ligados à filosofia do direito ao longo do curso não foi muito extenso, sendo principalmente concentrado nos dois primeiros semestres do curso. Dos autores mais clássicos que foram apresentados - como Hans Kelsen, Herbert Hart, Carl Schmitt, Karl Loewestein, Ronald Dworkin, Robert Alexy, Norberto Bobbio, Boaventura de Sousa Santos e Tércio Sampaio Ferraz Jr – me chamaram mais atenção a teoria do romance em cadeia de Dworkin, a classificação ontológica das Constituições em Normativa, Nominal e Semântica de Loewestein e as reflexões sobre a globalização e contemporaneidade por Boaventura de Sousa Santos, apesar de também não deter um conhecimento aprofundado sobre tais autores. Atualmente me interesso bastante pela pauta de inclusão das teorias feministas nos debates filosófico-jurídicos e de investigação do Direito a partir da compreensão de gênero.

3. Você se considera um jusnaturalista?

Não. Apesar de considerar que existem alguns pontos interessantes na teoria, não entendo como correta a ideia de que o direito seria algo independente da vontade do homem ou mesmo algo que seria natural e imutável. Mas também não me considero juspositivista, uma vez que discordo da ideia de que o direito deva ser estudado de maneira isolada e que apenas se faria “justiça” a partir de normas positivadas.

4. O que você gostaria de aprender nesta disciplina?

Espero entender melhor como o direito é construído na sociedade e quais são os papeis esperados dos operadores do direito, ponderando sobre as perspectivas mais conservadoras e apaziguadoras e as perspectivas mais questionadoras, a fim de refletir sobre as premissas e paradigmas do direito.