Mal-estar da contemporaneidade?

Muitos autores identificam a máxima "penso , logo existo" formulada por Descartes como elemento fundador do pensamento moderno. A separação entre "mente" e "corpo", e entre "sujeito" e "objeto", proposta por Descartes, lançou as bases da ciência moderna, além de uma pretensão de um sujeito universal, que poderia alcançar o conhecimento verdadeiro, não condicionado por nenhuma particularidade, ignorando o fato de que sua observação dos fenômenos é condicionada pela sua experiência localizada no tempo e no espaço.

Apesar de Comte entender que o cientista é alguém "que abandonou a crença injustificada em ficções" (COSTA, 2020), o conhecimento científico moderno foi fundado

Entre a modernidade e a contemporaneidade, nós, os universitários

Ao longo da história humana, partimos de um modelo explicativo de mundo baseado em narrativas mitológicas e crenças sobrenaturais. Passamos pelo gregos e a consolidação da sua crença em uma ordem abstrata natural. Os gregos compreendiam que a realidade é constituída pelo aspecto material ("visível) e pelo imaterial e é no mundo imaterial que se encontram os primeiros princípios (ou a verdade fundamental oculta das coisas). É na imaterialidade da realidade que se desenvolve a Metafísica grega. Por último, chegamos à análise materialista, que rechaça o imaterialismo e avança conjuntamente com a expansão científica, que passa a analisar não apenas

Crises sanitárias e direitos individuais

Nos momentos de estabilidade, as autoridades tradicionais não buscam justificar a legitimidade do seu exercício de poder e a Filosofia assume um papel mais ativo na crítica destes poderes (COSTA, 2020A). Entretanto, são nos momentos de adversidade que as concepções e limites das tradições modernas são questionados e postos à prova.

Em um contexto de crise sanitária, tal entendimento não é diferente. Abordagens como a prevalência do bem coletivo sobre os direitos individuais tornam-se rotineiras. Discussões referentes à interferência de questões políticas e meta científicas em um debate exclusivamente médico ganham a agenda nacional. Em suma, medidas protetivas estatais passam

Crises sanitárias e direitos individuais